Eu me Automutilava

Depressão Na Adolescência

Meu Relato

 Muitos adolescentes, sofrem de depressão no mundo. Para quem não sabe, depressão é uma doença crônica, recorrente, muitas vezes com alta concentração de casos na mesma família, que ocorre não só em adultos, mas também em crianças e adolescentes. O que caracteriza os quadros depressivos nessas faixas etárias é o estado de espírito persistentemente irritado, tristonho ou atormentado que compromete as relações familiares, as amizades e a performance escolar.(…)
 Não podemos fechar os olhos para essa doença, ela mata, destrói. Vou falar um pouco do que eu passei na minha adolescência.
 Com 9 anos fui abusada sexualmente por um desconhecido que eu nunca tinha visto na minha vida, eu acho que isso acabou causando o inicio da minha depressão, na escola era chamada de Free Willy  (nome dado uma orca, em um filme americano), por ser gordinha, aos 13 anos comecei a sofrer muita pressão para emagrecer, muitas pessoas falavam, "você é muito novinha pra ser gorda, tem que emagrecer menina", e toda vez que ouvia essas coisas, eu me trancava no quarto e começava a chorar, ali eu já estava no início da minha depressão. Passou algumas semanas, comecei a comer compulsivamente e depois provar vômito. Depois de um certo tempo assim, comecei a perceber que eu estava emagrecendo, não só emagrecendo como estava entrando no quadro de bulemia. Nessa época eu ainda morava com meus avós, passou alguns meses fui morar com minha mãe, lá comecei a piorar, porque a gente só brigava, ela me culpava de muitas coisas. Passei a sentir uma culpa muito grande, por tudo, tudo que acontecia eu me culpava, foi onde comecei a me automutilar, fazia corte nos meus braços nas minhas pernas, ao qual tenho cicatriz até hoje. 
 Eu não possuia amor próprio e definia a mim mesma como sendo "um lixo humano, uma criatura insuficiente e fracassada, que não tinha direito de conviver com os demais". Desse modo, eu me afastava da minha família e dos meus amigos, buscando poupá-los do mal que presumia ser a minha presença. Com o tempo, me vi executando sozinha atividades que eu costumava fazer em grupo. Eu me automutilava com a intenção de interromper uma dor emocional muito forte que eu sentia. È como se fosse uma troca da dor emocional pela dor física. Além disso eu me feria também como uma forma de punição, por me sentir insuficiente e fracassada. O desejo de se automutilar é algo incontrolável como vício do qual, ainda que eu quisesse, eu não conseguia me libertar.
 Passou-se um ano e minha vida não mudava, comecei a achar que o meu problema era porque eu estava afastada de Deus, resolvi buscar a Deus, mas da forma errada. Juntei a minha vontade de buscar a Deus com a vontade de sair de perto das pessoas que eu amava, foi onde resolvi dizer para todos que eu tinha vontade de me tornar freira, porque eu sabia que o convento ficava num lugar muito distante, e que lá eu ia fazer muitas oraçôes.
 No ínicio do ano consegui ir para o convento, fui com 14 anos, lá eu tinha acompanhamento com a psicóloga, mas não estava surgindo efeito comigo, mesmo com muitas orações, continuei me automutilando e com bulemia, e como sempre para esconder os cortes eu só usava blusas de mangas compridas e calças, e sempre depois de todas as refeições ia correndo para o banheiro para vômitar.
 Cheguei ao ponto sério, as irmãs começaram a perceber que eu estava comendo muito e ao mesmo tempo perdendo peso, até que descobriram o meu problema da bulemia. Conversaram muito comigo  e viram, que minha vontade não era ser freira e sim fugir da minha realidade, então entraram em contato com a minha família, para irem me buscar. Voltei para casa.
 Mas meu problema continuava, eu tinha todo amor a carinho do mundo dos meus familiares, e nada aliviava aquela dor, foi onde eu acabei cortando muito fundo no meu braço, e em um dia que minha mãe foi me visitar na casa dos meus avós, mesmo de blusa ela acabou vendo os cortes no meu braço; No ínicio me chamou de louca, mostrou para minha avó, mas depois percebi que ela ficou triste de me ver daquele jeito, e disse que eu precisava de um tratamento. Retomei as consultas com psicólogo foi onde consegui desabafar tudo o que eu sentia, tudo que me fazia mau, e comecei a escrever em um diário, percebi que aquela vontade de se automutilar estava diminuindo, comecei a comer normalmente, e dali minha vida foi só melhorando, eu comecei a ver sentido na minha vida, ver que eu não encomodava nínguem, ao contrário eu era amada demais pela minha família, a junção de Deus, do psicologo e do diário me curaram, e hoje em dia tenho 23 anos, sou super feliz, tive algumas recaidas mas me reergui rapidamente.
 A atitude de contar minha história aqui, foi porque quero mostrar para as pessoas que passam por isso, que a depressão tem tratamente, que você pode sim ser feliz, que você pode sim parar de automutilar, eu sou um exemplo vivo de que isso pode acontecer.
 Bom esse post vai ficando por aqui, foi longo né, mas valeu a pena um beijo a todos vocês, e compartilhe esse post com seus amigos, quem sabe alguém pode se inspirar na minha história para procurar ajuda!!
 Assita também o vídeo onde falamos sobre isso no nosso canal do youtube, um beijo!!!


5 comentários:

  1. Nossa sua história me deixou arrepiada, que sofrimento que você passou que a Deus ti ilumine e abençoe e vença sempre

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  2. Poxa,você passou por tanta coisa :( muita gente vira as costas e acham que é uma besteira mais não é!Que Deus te abençoe sempre!

    www.shirlenesouza.com

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  3. Quanto sofrimento em, depressão é muito ruim mesmo. Mas graças a Deus que vc está bem.

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  4. Amiga​ me emocionei com seu post...Deus te abençoe mais e mais viu 😘

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  5. os pais tem que ter muito cuidado com os jovens... esse doença é o mal da sociedade moderna!

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